segunda-feira, 19 de setembro de 2011

PROFESSORES ESTADUAIS: UMA CATEGORIA QUE NÃO SE RENDE!



Seguindo o exemplo dos professores de Minas Gerais e de várias outras aguerridas categorias em luta, após mais de 40 dias de paralização e muita luta, os professores estaduais da capital einterior do Ceará, reafirmaram mais uma vez, na Assembleia Geral deste dia 16/09 a manutenção da Greve por tempo indeterminado, a despeito de providenciais dados do próprio sindicato APEOC, de que dos 185 municípios em greve, 81% já teriam retornado às aulas e da posição irredutível de um governo autoritário e desrespeitoso que como resposta a essa justa luta, tem apresentado, por um lado,umlamentável repertório de demagogia e sarcasmo e por outro, seu irônico apelo à justiça, como se não fosse ele próprio o maior exemplo de descumprimento desta, enquanto, por sua vez, a categoria só exige exatamente o que lhe foi assegurado por LEI: o Piso Salarial Nacional e o mais do que justo 1/3 extra-sala.Todavia, é preciso registrar que, além desse já calejado (o que não pressupõe natural) contexto de ataques e retirada de direitos que vem atingindo esses e todos os demais trabalhadores, de forma acentuada, durante os governos de Frente Popular do PT, aspectos extremamente positivos vem se construindo, em contrapartida, como um tipo de resposta a esse estado de coisas, senão vejamos:


1. Esta é a terceira greve dos professores estaduais do Ceará, (2006, 2009 e a atual), uma categoria que ficou “adormecida” por muitos anos, inclusive, como reflexo do profundo refluxo a que estiveram submetidas os processos de luta e organizações na década de 90, como resultado da ofensiva neoliberal no Brasil. Agora, num contexto diferente, mas, bastante hostil do ponto de vista político, podemos enxergar um importante processo de reorganização em curso, com uma notória onda de mobilizações em todo o país (construção civil, metalúrgicos, polícia civil, bombeiros, e agora, Correios – em luta contra o perverso processo de privatização do Governo Dilma), além das greves de professores em vários estados;

2. Estes profissionais, que tem sido sistematicamente responsabilizados pelo “fracasso” da Educação, sem se falar, na crescente desvalorização, que agora, nem estímulo para aperfeiçoar-se terão, se depender do Governo Cid, agora conseguem evidenciar que além de não serem os réus do processo de sucateamento e da ausência de politicas educacionais, ainda evidenciam que sem eles e o imprescindível respeito a seu trabalho, não há como a Educação sobreviver. Afinal, estamos sentindo a necessidade de reverter essa realidade em que a Educação parece ter perdido sua função maior e é utilizada como retórica de discursos demagógicos e de instrumento criador de números junto aos organismos bilaterais ( Banco Mundial, BID..), que historicamente, patrocinam e ditam a política educacional em nosso país. Isso, sem se falar no primeiro ato do governo Dilma de efetuar um corte de 50 bi do orçamento social, sendo que destes, 3 bi foram somente da Educação. (E haja Prioridade!).

3. Por fim, é preciso destacar a coragem e disposição dessa categoria, que semana após semana, sem recursos (pois, ao menos no interior, praticamente, não há nenhum tipo de ajuda de custo para o processo de mobilização, por parte do sindicato), prossegue firmemente em sua luta, muitos deles (professores temporários e em estágio probatório) sob falsa ameaça de demissão, com uma forte pressão da mídia, em sua maioria esmagadora, a serviço dos governos de plantão, distorcendo fatos e buscando manipular a população contra a categoria. Entretanto, não é essa a reação que temos percebido por parte de grande parte de alunos e da maioria dos pais, em nossas atividades - incluindo, uma Marcha pela Educação no 7 de setembro _ que ocorreu simultaneamente em várias cidades (Fortaleza, Limoeiro do Norte, Quixeré ...), nas quais estes manifestaram total apoio e receptividade, numa clara demonstração de que compreendem que essa luta por Educação de Qualidade e pela valorização do professor é uma luta de todos/as!

- Pela aplicação de 10% do PIB para Educação, já!
- Abaixo o PNE do Governo Dilma!
- Pela imediata implantação da Lei do Piso no Ceará!
- Por um Plano de Cargos e Carreiras que atenda aos interesses da categoria;
- Pelo fim da criminalização da luta dos trabalhadores e pelo respeito ao direito de greve!

Limoeiro do Norte, 18 de setembro de 2011

Zeuza Freitas

CSP-CONLUTAS PELA BASE NA EDUCAÇÃO (VALE DO JAGUARIBE)

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